A Transcon realizou mais uma edição da Campanha Motociclista Antenado, na tarde de ontem (11/7) e na manhã desta quarta-feira (12/7). As blitzes aconteceram nas avenidas João Gomes Cardoso, na regional Ressaca, e, na Babita Camargos, na regional Industrial. Ao todo foram instaladas 253 antenas e atendidos 153 motociclistas.
As ações acontecerão nas oito regionais, e estão sendo realizadas pela equipes da Gerência de Educação para o Trânsito, com a distribuição gratuita de antenas corta pipas que são instaladas em motos e bicicletas.
A proposta da campanha é conscientizar os condutores sobre a importância do uso do equipamento para garantir a segurança dos motociclistas e ciclistas. Além de diminuir os acidentes provocados pelo uso de cerol e linhas cortantes.
Segundo dados obtidos pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) - administradora do Hospital João XXIII-, nos últimos quatro anos, 109 pessoas já receberam atendimento na unidade após acidentes com cerol e linhas cortantes nas regiões metropolitanas. No primeiro semestre desse ano, houve 12 atendimentos relacionados a linha de cerol. Vale destacar que o quantitativo é baixo e não reflete a realidade de ocorrências. Isso porque apenas casos mais graves vão para a unidade. Casos menos complexos costumam ser atendidos em UPAs.
De acordo com a gerente de educação para o trânsito da Transcon, Marli Lopes, “o ideal é totalizar zero acidentes”. Marli Lopes comentou sobre os impactos que essas linhas cortantes trazem na vida dos motociclistas e dos familiares. “Muitas das vezes é necessário levar uma reflexão para esse condutor. Porque ele tem a noção que pode acontecer o acidente, mas não sabe da gravidade que esse acidente pode provocar na vida dele e também daqueles que estão próximos como a família e os amigos” .
As antenas corta pipas tem a função de preservar partes importantes do corpo como braços, tórax e o pescoço, principalmente nessa região que se encontra a veia aorta. Itens como jaqueta, luva e bota também podem salvar o motociclista de cortes que são provocados por cerol e as linhas cortantes.
Esse é o caso do motoboy, Flávio Satlher Diniz que recebeu uma das antenas e que estava com todos os equipamentos de proteção. Ele relatou uma situação envolvendo cerol e que foi vivenciada no trânsito. “Tive experiências desagradáveis. Eu já caí algumas vezes e se não fosse os equipamentos tinha parado no hospital muito machucado. É essencial, tem que ter. Sem contar que uma vez eu fui tirar a linha que agarrou no meu guidom, parei a moto e ao tentar retirar cortou a minha mão mesmo usando a luva. Foi perigosíssimo”.
A técnica de radiologia, Silvana Gonçalves que utiliza a motocicleta como meio de locomoção para o trabalho, elogiou a iniciativa da campanha. “Vocês estão de parabéns. Precisa de mais projetos assim. Porque hoje está tão difícil. Infelizmente não parte só dos motoqueiros, mas também das crianças e dos pais está falando e educando elas mostrando como é importante essa ação e de não soltar pipa com cerol. Porque isso prejudica não somente nós motoqueiros, mas as consequências são para todos”.
De acordo com o artigo 139 A do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), o uso de antena corta pipa é obrigatório para motocicletas. A resolução 943/2022 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), estabelece também requisitos mínimos de segurança para o transporte remunerado de passageiros (mototáxi) e de cargas (motofrete), as motocicletas e motonetas devem possuir dispositivo aparador de linha fixado no guidom.
Para a diretora de Operações no Trânsito, Mariele Marília, a antena corta pipa deve ser utilizada por todos para garantir a segurança no trânsito. “Existe essa resolução do Contran que obriga a instalação do aparador de linhas nas motos daquelas pessoas que realizam atividade remunerada de motofrete e mototáxi. Mas a gente recomenda que as outras pessoas aproveitem as ações já que é uma instalação gratuita e que aumente sua segurança também”.
Ao longo do mês, diversas ações serão realizadas nas regionais, onde são mapeados os pontos de ocorrência com acidentes envolvendo as linhas cortantes.
Confira o cronograma completo da instalação das antenas corta pipas que estão sendo realizadas pela Transcon nas regionais
Penalidades para quem comercializa ou utiliza linhas cortantes ou cerol
As penalidades previstas na lei estadual (Lei n 23.515) para quem comercializa linhas cortantes são multa no valor de aproximadamente R$ 4.770,30 e, em casos de reincidência, esse valor pode chegar a pouco mais de 238 mil. Caso o uso da linha cause dano a alguma pessoa ou a patrimônio público, a multa é aplicada no limite máximo (238 mil) e não exime o infrator das responsabilidades civil e penal cabíveis. Caso um menor de idade seja apreendido com o uso de cerol ou linhas similares, os pais ou responsáveis são notificados da autuação e o caso é comunicado ao Conselho Tutelar.
De acordo com a Guarda Municipal de Contagem, no ano de 2022, foram apreendidos 137 carretéis de linhas com cerol. Em 2023, 28 carretéis foram apanhados em operações de apreensão até o momento.
Denúncias
Caso presencie alguma situação ilícita envolvendo a comercialização ou uso ilegal do cerol e de linhas cortantes, a população deve denunciar por meio de ligação no telefone 190, serviço de emergência da Policia Militar ou pelo disque denúncia no número 181.