Quinta-feira de manhã, bairro Santa Cruz. Logo cedo, vários pais e responsáveis levam seus filhos para mais um dia de aula na Escola Municipal Francisco Borges. Ao chegar ao local, estacionam o veículo, levam os alunos até a porta e se despedem, antes de irem para os seus trabalhos e afazeres. Uma cena comum e, geralmente, rápida.
Porém, mesmo em momentos breves, alguns motoristas utilizam a vaga de estacionamento destinada a pessoas com deficiência (PCD) de forma indevida, e atrapalham aqueles que realmente precisam utilizá-la.
Em função disso, a Transcon realizou, no mesmo dia, uma ação educativa em frente à escola com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância de se respeitar o direito à acessibilidade, conforme previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Durante o trabalho, foram entregues panfletos voltados para o tema, e os agentes que estiveram no local conversaram com motoristas que transitavam pela rua do colégio sobre a importância de não usar indevidamente o local reservado.
Entre pais e mães que deixam seus filhos na escola, estava Lorna Damasceno. Mãe da pequena Ana Luiza, uma criança com deficiência. Ela utiliza diariamente a vaga destinada, mas às vezes, não consegue estacionar no local por ter outro veículo ocupando o espaço. “Eu, como mãe, tento fazer a minha parte de chamar a atenção, às vezes deixo um bilhetinho, para tocar a pessoa de alguma forma, para que não faça isso de novo”.
Lorna acompanhou a ação educativa e falou sobre a importância do trabalho. “Isso sempre é válido, porque muitas vezes falta conhecimento e respeito. Então, isso que foi feito hoje é muito importante para conscientizar as pessoas para não utilizar a vaga”.
Ao conversar com os agentes, ela agradeceu a relevância dada ao tema e lembrou que “tem muitas outras pessoas que enfrentam isso diariamente. Então fiquei muito satisfeita com o retorno e com a efetividade”.
Decilerne Encarnacion, que trabalha como montadora, deixa seu filho diariamente na escola. Ela conversou com os agentes e pontuou sobre a seriedade da ação. “Acho importante e necessária, principalmente na porta das escolas, onde às vezes os pais estão com muita pressa em deixar a criança, e eles acabam não observando, nem percebendo o impacto que isso pode causar para quem precisa da vaga”.
Além disso, Decirlene complementou sobre como os trabalhos educativos podem produzir frutos no dia a dia e ser um diferencial para um trânsito mais respeitoso. "Essa é uma forma de conscientizar, de levantar um alerta, não só na porta das escolas, mas de forma geral.”
O agente de trânsito da Transcon, Afonso Terra, elogiou a recepção positiva das pessoas abordadas na rua. “Eles compreendem, sentem como se estivessem na pele de um pai ou uma mãe com uma criança PCD, e percebem a dificuldade”.
De acordo com a Lei nº 13.146, de 2015, estacionamentos públicos e privados devem reservar ao menos 2% das vagas para PCD. O veículo que estacionar nesses locais sem a credencial é considerada multa gravíssima, e gera multa de R$ 293,47 e 7 pontos na carteira.